Quando a família
sente-se completa e não há o desejo de mais filhos, alguns casais optam por
serem esterilizados. Porém, poucas coisas na vida são tão definitivas como a
laqueadura.
Não devemos nos
esquecer de que uma das razões pelas quais os casais optam pela esterilização é
o alto custo da contracepção nas questões financeira, física e emocional. Entre
os efeitos colaterais com os quais as mulheres têm de lidar apenas para terem sua
fertilidade "sob controle" são a diminuição do desejo sexual, ganho
de peso, perda de cabelo, distúrbios hormonais, mudanças de humor, aumento
dramático do risco câncer e coágulos sanguíneos, que podem causar sérios
problemas de saúde, e até a morte.
Ligadura de trompas ou
esterilização feminina
A principal função das
trompas de Falópio é conduzir o óvulo dos ovários para o útero e também nutrir
e guiar os espermatozoides – caso estejam presentes – para facilitar a
concepção (que ocorre ainda nas trompas). Se a fecundação ocorrer, sua função,
a seguir, é de alimentar e transportar o ser humano recém-concebido (zigoto)
até o útero, onde ele é implantado. Para anular sua função e esterilizar
permanentemente a mulher, as trompas são ligadas, ou cortadas, ou queimadas ou
obstruídas, ou é feita uma combinação desses métodos.
Compartilho com você 5
pontos sobre esse procedimento, desconhecidos por muitos, que à primeira vista
parecem convenientes e seguros.
1. Riscos e efeitos colaterais
Os riscos mais comuns
da operação e da anestesia incluem: infecção, hemorragia, paradas respiratórias
ou cardíacas, reações negativas aos anestésicos, órgãos abdominais danificados,
perfuração intestinal e, em casos extremos, a morte. Enquanto isso, os efeitos
secundários mais comuns de esterilização são:
·
Distúrbios menstruais.
·
Alteração na intensidade e frequência das cólicas menstruais.
·
Mau funcionamento dos ovários e produção de gravidez ectópica (quando
ocorre a fecundação e o zigoto não pode ser transferido para o útero. Pode
causar a morte da mãe).
·
Uma década após a laqueadura, pode haver necessidade de remover
cirurgicamente o útero devido a complicações posteriores à cirurgia.
2. Efeitos psicológicos
Tragicamente, os
efeitos colaterais mais frequentes, e são os menos relatados pelo médico a sua
paciente, são arrependimento e remorso. Embora, inicialmente, uma mulher possa
se sentir aliviada por haver se submetido a uma "solução definitiva"
a respeito do planejamento familiar, estudos apontam os efeitos psicológicos,
tais como depressão e ansiedade, que afetam a maioria das mulheres que se
submeteram a esse procedimento. Muitas delas experimentam grande estresse, o
que afeta as relações sexuais com seus maridos.
3. Eficácia
A ligadura de trompas
é realmente tão eficaz para se correr todos os riscos? Ao contrário do que
muita gente pensa, a esterilização feminina não é 100% eficaz. A possibilidade
de ocorrer uma gravidez é de até 13%, dependendo do tipo de ligadura realizada,
sendo a gravidez ectópica um risco latente nestas mulheres.
4. Reversão do procedimento
Uma executiva de banco
de sucesso, com quem trabalhei há algum tempo, viu-se na situação de adotar
legalmente seu neto. Seu maior desejo era dar-lhe um irmãozinho (ela é uma
avó/mãe muito jovem, de apenas 40 anos), mas não foi possível restaurar sua
fertilidade.
Há mulheres que
perderam seus maridos e casam-se novamente e desejam ter filhos em seu novo
casamento. Algumas sentem um grande vazio, e procuram restaurar seu
relacionamento com Deus.
Todos os dias, mais
mulheres sentem o desejo irresistível de reverter sua esterilização, pois
percebem que a fertilidade era uma parte muito importante de si. Restituí-la,
entretanto, é muito difícil e, às vezes, impossível. Entre outras coisas, a
cirurgia é muito mais complexa e cara do que a laqueadura, e os planos de saúde
geralmente não cobrem. O médico não pode garantir que conseguirá restaurar a
fertilidade da paciente, uma vez que as chances de sucesso dependem de muitos
fatores, incluindo a idade da mulher e o tipo de ligadura que foi feito.
5. Emoções temporárias versus decisões definitivas
Conheci mães que
optaram pela esterilização definitiva por sentirem-se sobrecarregadas com a
chegada de um novo bebê ou pelo custo emocional de algumas outras situações da
vida. Elas se arrependeram de ter tomado esta decisão. Uma delas me disse que o
dia em que ela morresse Deus lhe permitiria conhecer a criança que Ele tinha
preparado para ela e seu marido, a quem não permitiram chegar à sua vida devido
à decisão que tomaram. Outra conseguiu adotar seu único filho, mas não passa um
dia sequer sem que ela se arrependa por ter optado pela esterilização.
Devemos observar que
as decisões que tomamos na vida, baseadas em emoções temporárias, às vezes são
equivocadas e até mesmo trágicas, especialmente quando são irreversíveis. As emoções
podem ofuscar a nossa percepção e nos impedir de ver claramente o futuro.
Nenhum procedimento
definitivo que atue contra a nossa natureza, ainda que pareça prático ou
confiável, pode beneficiar a nós mesmas e o nosso relacionamento. Os métodos
naturais de planejamento familiar, em minha opinião, continuam sendo as
alternativas mais econômicas, seguras e saudáveis para evitar a gravidez, seja
temporária ou permanentemente.