Credo in Unam, Sanctam, Cathólicam et Apostólicam Ecclésiam

"Na presença dos Anjos ei de cantar-Vos e adorar-Vos no vosso santuário."
(Salmo 137, 1)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

AFINAL QUANDO O USO DA CONTRACEPÇÃO É ADMISSÍVEL?




Sabemos o que o Papa Franscisco disse na entrevista no seu retorno a visita ao México e todo o circo que a imprensa tem causado diante do tema:

O grande Paulo VI – recorda Francisco – em uma situação difícil na África, permitiu que as freiras usassem os contraceptivos para os casos de violência. Não se deve confundir o mal a ser evitado com a gestação e o aborto”. Também porque “o aborto não é um problema teológico, mas um problema humano. Não se deve confundir o mal de evitar a gravidez com o aborto”. Também porque “o aborto não é um problema teológico, mas um problema humano. É um problema médico: mata-se uma pessoa para salvar outra no melhor dos casos. É contra o juramento de Hipócrates que todos os médicos têm de fazer. É mal em si mesmo, mas não é um mal religioso, não. É humano. Em vez disso, evitar a gravidez não é um mal absoluto, em certos casos”.


Vamos nos lembrar que esse não é o primeiro Papa a falar sobre o preservativo. Já o Papa Bento XVI havia abordado o tema em uma entrevista, também, por sua vez, distorcida pela comunicação social anti-católica:


O Papa Francisco “afirmou que a contracepção artificial é um mal e em nada foi contrário ao Catecismo da Igreja Católica que diz ser intrinsecamente má qualquer ação que, quer em previsão do ato conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação (CIC2370).”


O que ele disse é que “evitar a gravidez não é um mal absoluto”, disse isso comparando a contracepção com o aborto (que é um mal absoluto). A contracepção seria ainda um mal... digamos um mal menor, principalmente no caso do Zika vírus. O uso do preservativo é admissível, porque se trata de uma epidemia, porém vale a pena ressaltar que:

Segundo especialistas, a transmissão sexual do vírus Zika ainda não foi comprovada cientificamente, mas também não pode ser descartada.” http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/01/risco-de-transmissao-sexual-de-zika-faz-gra-bretanha-recomendar-camisinha-para-homens-que-foram-ao-brasil.html
E
Mesmo na comunidade científica ainda há cépticos sobre a correlação entre o vírus e a microcefalia, por falta de estudos.

Pouco se conhece sobre a doutrina da Igreja, por isso há tanta confusão sobre esses assuntos, gerando muita polémica. Isto está no cerne das discussões. Vejamos então o que a Igreja ensina, como Mãe que é, aos seus fieis, sobre como deve ser vivida a sexualidade:

"À linguagem nativa que exprime a recíproca doação total dos cônjuges a contracepção impõe uma linguagem objectivamente contraditória, a do não se doar ao outro. Deriva daqui não somente a recusa positiva de abertura à vida, mas também uma falsificação da verdade interior do amor conjugal, chamado a doar-se na totalidade pessoal." Esta diferença antropológica e moral entre a contracepção e o recurso aos ritmos periódicos "envolve duas concepções da pessoa e da sexualidade humana irredutíveis entre si". Catecismo da Igreja Católica. (CIC2370)

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