Em Resposta ao Caso polémico e midiático em Portugal, onde acusam um padre católico de expulsar o maestro João Maria do coro da igreja por ser homossexual:
Em Portugal existe uma estatística muito triste,
70% dos casamentos termina em divórcio. É o país europeu onde há mais separações.
É uma grande contradição que num país católico isso possa ser uma realidade. Gostaria
de enfatizar nessa publicação que a Igreja Católica é contra o divórcio.
O que está a seguir não é minha opinião pessoal,
é um fragmento do Catecismo da Igreja sobre o tema em questão:
"Indissolubilidade do
Matrimônio e divórcio §2382 O Senhor Jesus insistiu
na intenção original do Criador, que queria um casamento indissolúvel. Ab-roga
as tolerâncias que se tinham introduzido na Lei antiga. Entre batizados, o matrimonio
ratificado e consumado não pode ser dissolvido por nenhum poder humano nem por
nenhuma causa, exceto a morte". Divórcio civil §2383 A separação dos esposos
com a manutenção do vínculo matrimonial pode ser legítima em certos casos
previstos pelo Direito canônico (cf. CIC, cânones 1151-1155). Se o divórcio civil for a
única maneira possível de garantir certos direitos legítimos, o cuidado dos
filhos ou a defesa do patrimônio, pode ser tolerado sem constituir uma falta
moral. Definição de divórcio §2384 O divórcio é uma ofensa
grave à lei natural. Pretende romper o contrato livremente consentido pelos
esposos de viver um com o outro até a morte. O divórcio lesa a Aliança de
salvação da qual o matrimônio sacramental é o sinal. O fato de contrair nova
união, mesmo que reconhecida pela lei civil, aumenta a gravidade da ruptura; o
cônjuge recasado passa a encontrar-se em situação de adultério público e
permanente:
Se o marido, depois de se separar
de sua mulher, se aproximar de outra mulher, se torna adúltero, porque faz essa
mulher cometer adultério; e a mulher que habita com ele é adúltera, porque
atraiu a si o marido de outra. Conseqüências do divórcio
entre cônjuges católicos §1650 São numerosos hoje, em
muitos países, os católicos que recorrem ao divórcio segundo as leis civis e
que contraem civicamente uma nova união. A Igreja, por fidelidade à palavra de
Jesus Cristo ("Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete
adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro
comete adultério": Mc 10,11-12), afirma que não pode reconhecer como
válida uma nova união, se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados
tornam a casar-se no civil, ficam numa situação que contraria objetivamente a
lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão eucarística enquanto
perdurar esta situação. Pela mesma razão não podem exercer certas
responsabilidades eclesiais. A reconciliação pelo sacramento da Penitência só
pode ser concedida aos que se mostram arrependidos por haver violado o sinal da
aliança e da fidelidade a Cristo e se comprometem a viver numa continência
completa. §1664 A unidade, a
indissolubilidade e a abertura à fecundidade essenciais ao Matrimônio. A
poligamia é incompatível com unidade do matrimônio; o divórcio separa o que
Deus uniu; a recusa da fecundidade desvia a vida conjugal de seu mais
excelente": a prole. §2385 O caráter imoral do
divórcio deriva também da desordem que introduz na célula familiar e na
sociedade. Esta desordem acarreta graves danos: para o cônjuge que fica
abandonado; para os filhos, traumatizados pela separação dos pais, e muitas
vezes disputados entre eles (cada um dos cônjuges querendo os filhos para si);
e seu efeito de contágio, que faz dele urna verdadeira praga social. §2400 O adultério e o
divórcio, a poligamia e a união livre são ofensas graves à dignidade do
casamento. Inocência do cônjuge
injustamente abandonado §2386 Pode acontecer que um
dos cônjuges seja a vítima inocente do divórcio decidido pela lei civil; neste
caso, ele não viola o preceito moral. Existe uma diferença considerável entre o
cônjuge que se esforçou sinceramente por ser fiel ao sacramento do Matrimônio e
se vê injustamente abandonado e aquele que, por uma falta grave de sua parte,
destrói um casamento canonicamente válido. Obra de caridade para com os divorciados §1651 A respeito dos cristãos
que vivem nesta situação e geralmente conservam a fé e desejam educar
cristãmente seus filhos, os sacerdotes e toda a comunidade devem dar prova de
uma solicitude atenta, a fim de não se considerarem separados da Igreja, pois,
como batizados, podem e devem participar da vida da Igreja: Sejam exortados a ouvir a
Palavra de Deus, a freqüentar o sacrifício da missa, a perseverar na oração, a
dar sua contribuição às obras de caridade e às iniciativas da comunidade em favor
da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras
de penitência para assim implorar, dia a dia, a graça de Deus.”
Há casos que infelizmente o divórcio é inevitável.
Aconselho essas pessoas a procurar a Igreja, para verificar se o seu matrimónio
foi mesmo válido. Muitas uniões, depois de analisadas, verifica-se que na
verdade são nulas. Tendo a comprovação da nulidade do primeiro casamento a
pessoa poderá se casar na Igreja, pois é como se fosse solteira, não havendo
impedimento moral para a nova união. Porém se a primeira união for considerada
válida, essa pessoa não deveria se casar novamente, pois a nova relação será
considerada um adultério.
Essa é uma das perguntas mais
fundamentais do ser humano, por causa dessa pergunta surgiu a filosofia. Porém
qual resposta a Igreja Católica tem para esse questionamento?
De
onde viemos?
Sabemos de onde vem o corpo
humano, foi gerado por seus pais, mas e a alma?
A Igreja ensina que cada alma
humana foi diretamente criada por Deus. Não foi produzida por seus pais e é
imortal (CIC 366). Essa alma é
infundida no corpo no exato momento da concepção.
Existem teorias filosóficas
sobre a criação das almas:
- Preexistencialismo: acreditam numapreexistência das almas, isto é, as almas são por si espíritos incorpóreos e foram
todas criadas por Deus no início da criação. Deus teria então um estoque
de almas que se uniria ao corpo no momento da concepção. Essa idéia não é
aceita pela igreja e está geralmente ligada a pessoas que acreditam em
reencarnação.
. Traducionismo:
defesa da idéia de que as almassão
transmitidas pelos pais aos filhos de modo semelhante à transmissão do corpo.
A alma teria sido criada por Deus, em Adão e Eva, mas as outras almas seriam
transmitidas de pais para filhos. Essa tese foi recusada pela igreja como
herética.
- Criacionismo: Nós católicos acreditamos então na teoria
criacionista na qual a alma racional é criada por Deus e infundida no corpo no mesmo instanteda concepção. Portanto Deus continua a criar almas humanas e os casais, chamados a dar vida, são cooperadores do amor de Deus criador (CIC 2367). Na Biblia encontramos várias
passagens que dão respaldo a essa teoria como, por exemplo,Eclesiastes 12:7;
Isaías 42:5; Zacarias 12:1; Hebreus 12:9.
Para
onde vamos?
A alma não desaparece quando
se separa do corpo na morte, ela viverá eternamente. A alma humana é ordenada
para Deus e destinada à bem aventurança eterna. (CIC 1711) Livre das amarrar do corpo mortal e das ilusões do mundo
voa para o seu maior objetivo, busca retornar ao seu Criador. Infelizmente
algumas almas não conseguirão entrar no Céu, a morada de Deus, porque durante
sua vida optaram, com o seu livre abítrio, se afastar da luz, do bem e do amor
de Deus.
Portanto o ser humano foi
criado por Deus e para Ele quer retornar, para preencher a sua sede original
pela felicidade que somente em comunhão com Deus obterá: “quando eu estiver
inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por
inteiro, minha vida será verdadeira.”(Santo
Agostinho, Confissões, 10, 28, 39).
Qualquer
reflexão sobre o Céu é apenas uma pálida ideia. A mente humana
não é capaz de compreender, de todo, o que existe a espera dos que
Amam a Deus.
O
que é o Céu:
§1721
“Deus nos colocou no mundo para conhecê-lo, servi-lo e amá-lo e,
assim, chegar ao paraíso. A bem-aventurança nos faz participar da
natureza divina (l Pd 1,4) e da vida eterna. Com ela, o homem entra
na glória de Cristo e no gozo da vida trinitária.
§1027
Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os
que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. A
Escritura fala-nos dele em imagens: vida, luz, paz, festim de
casamento, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém celeste,
Paraíso...” (Catecismo da Igreja Católica)
No
Livro Imitação de Cristo há a seguinte reflexão sobre o Céu:
“Ó
bem-aventurada mansão da cidade celestial! Ó dia claríssimo
da eternidade, que nenhuma noite escurece, mas que sempre
brilha com os raios da soberana verdade! Dia sempre alegre,
sempre seguro, cuja felicidade não terá mudança. Oh! quem
me dera ver amanhecer este dia e passarem já as sombras das
coisas perecedoras! Este ditoso dia já luz para os santos com seu
eterno resplendor, porém, para nós, viajantes no deserto deste
mundo, só de longe vislumbra e, como entre sombras, nos aparece...
Quando gozarei da verdadeira liberdade sem impedimento
nem embaraço de corpo e de espírito? Quando possuirei essa paz
sólida, essa paz imperturbável e segura, essa paz interior e
exterior, paz de todo permanente e invariável? Ó bom Jesus,
quando me será dado vê-lo?Quando contemplarei a glória de
vosso reino? Quando me sereis tudo em todas as coisas? Quando
estarei convosco no reino que preparastes desde toda eternidade
para os que Vos amam? (Mt 25,34) Ai! Pobre e desterrado me vejo em
terra inimiga, onde há guerra contínua e grandes infortúnios”.
(Imitação de Cristo – c.
XLVIII – Livro III)
A
grande Santa Faustina teve visões do Paraíso, vejamos o que ela
escreveu em seu diário:
Hoje
estive no Céu, em espírito, e vi as belezas inconcebíveis e a
felicidade que nos espera depois da morte. Vi como todas as criaturas
prestam incessantemente honra e glória a DEUS. Vi como é grande a
felicidade em DEUS, que se derrama sobre todas as criaturas,
tornando-as felizes, e então, toda honra e glória procedente da
felicidade volta à sua fonte e penetram na profundeza de DEUS,
contemplando a Sua Vida interior: o PAI, o FILHO e o ESPÍRITO
SANTO, a quem jamais poderemos compreender ou sondar. Essa fonte de
felicidade é imutável em sua essência, mas está sempre nova,
jorrando para a felicidade de todas as criaturas. Compreendo agora o
dizer de São Paulo: “Nem o
olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais penetrou no coração do
homem o que DEUS preparou para aqueles que O amam”.(1 Cor 2, 9)
(Diário parágrafo 777
– página 228)
O SENHOR
me deu a conhecer uma única coisa que, a Seus olhos, tem valor
infinito, que é o amor a DEUS. Amor, amor e sempre amor, nada pode
ser comparado com um só ato de puro amor a DEUS. Ó, que
inconcebíveis favores DEUS concede à alma que O ama sinceramente.
Ó, feliz a alma que desfruta já aqui na Terra de Seus especiais
favores, essas almas são as almas pequenas e humildes. (Diário
parágrafo 778)
Essa
grande Majestade Divina, que conheci mais profundamente e que os
Espíritos Celestes glorificam de acordo com o grau de graça e a
hierarquia em que se dividem, não causou a minha alma nem terror nem
medo, ao contemplar essa potência e admirável grandeza de DEUS,
não, não, absolutamente não. A minha alma ficou repleta de paz e
amor e, quanto mais conheço a grandeza de DEUS, tanto mais me alegro
por ELE ser assim. E me alegro imensamente com Sua grandeza, e me
alegro por eu ser tão pequenina, por que pelo fato de ser pequena
ELE me toma nos Seus braços e me conserva perto do Seu CORAÇÃO.
(Diário parágrafo 779)
Ó meu
DEUS, quanta pena tenho das pessoas que não crêem na vida eterna!
Como rezo por elas para que também sejam envolvidas pelo raio da
misericórdia e mereçam o abraço paterno do CRIADOR. (Diário
parágrafo 780 – página 228)
Portanto
o Céu é real! Como fazer para ir para o Céu? Um homem fez essa
pergunta a Jesus:
“Mestre,
que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus:
Por
que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é
bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.
Quais?,
perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não cometerás
adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu
pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo.(Mateus
19, 16-19)
Termino
essa reflexão sobre o Paraíso com um maravilhoso Coro, O Coro dos
Anjos, da ópera Menfistófeles de Arrigo Boito:
Existem
pessoas que, quando morrem, não estão ainda preparadas para "ver
a Deus face a face", elas estão salvas, eram boas pessoas, mas
tem ainda algumas faltas que, ainda que leves, as impedem de ir directamente ao Céu.
Então
vão para o purgatório, onde vão passar por um processo de
purificação de suas almas, através de um fogo purificador, vão
expiar seus pecados até que possam finalmente ver a Deus.
Como
se pode perceber claramente, essas almas, apesar de salvas, estão em
grande sofrimento. O maior sofrimento delas é o anseio de estar finalmente na presença de Deus.
“Os
que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão
completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação
eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de
obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.
A
Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que
é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja
formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no
Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos
textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo
purificador:
No
que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do
juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a
Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfémia
contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século
nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir
que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo
que outras, no século futuro.
Este
ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos,
da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas
Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que
haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado"
(2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos
defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício
eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão
beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as
indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes
socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram
purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de
que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma
consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em
oferecer nossas orações por eles.
As
penas do pecado
Para
compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso
admitir que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave
priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma
incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna"
do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um
apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na
terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório".
Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do
pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie
de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma
consequência da própria natureza do pecado. Uma conversão que
procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do
pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.”
(Catecismo
da Igreja Católica, 1030 – 1032 e 1472)
Vale
a pena ressaltar queDeus
é três vezes Santo, o
Santo dos Santos, sendo impossível conviver com o impuro, por isso a
necessidade dessa purificação das almas. É um sinal da
misericórdia de Deus.
Devemos
rezar pelas almas que estão no purgatório, porque precisam muito de
nossas orações para poderem ir para o Céu. "Elas oram sem cessar
por si mesmas, mas essa oração não é mais válida" (Diário de Santa Faustina - Visão do Purgatório, n.20). Se oferecermos
orações, missas e sacrifícios, suas penas podem ser atenuadas.
Voltemos
a esse piedoso costume, rezemos
pelas almas do purgatório!
Sim,
seremos julgados, porém a Igreja nos ensina que há dois
julgamentos:
O
Juízo particular – Aquele que acontece logo após a morte.
“Hoje estarás comigo no paraíso” (Luc 23,43).
Imediatamente depois que uma pessoa morre, é julgada e recebe sua
retribuição, indo para a felicidade completa no Céu, para a purificação no purgatório ou
para sua própria condenação, no inferno.
E
O
Juízo Final – Que acontecerá no fim dos tempos. “Donde
há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e
o Seu reino não terá fim.(Credo
Niceno-Constantinopolitano)
Nos
dois casos quem nos julga é Jesus Cristo, Juiz dos vivos e dos
mortos.
Como
nos julgará? Jesus mesmo nos explica:
"Quando
o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele,
sentar-se-á no seu trono glorioso.
Todas
as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros,
como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
Colocará
as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então
o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai,
tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do
mundo,
porque
tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era
peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me
visitastes; estava na prisão e viestes a mim.
Perguntar-lhe-ão
os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de
comer, com sede e te demos de beber?
Quando
foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
Quando
foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?
Responderá
o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto
a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o
fizestes.
Voltar--á
em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de
mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demónio e aos
seus anjos.
Porque
tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de
beber;
era
peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na
prisão e não me visitastes.
Também
estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome,
com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?
E
ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que
deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o
deixastes de fazer.
E
estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna."
(Mateus
25, 31-46)
Portanto
seremos julgados, porém seremos julgado pelo Amor e sobre o quanto
amamos.
Esse
justo Juiz, também é o Amor Supremo, o Senhor da Misericórdia!
Ele
disse a Santa Faustina:
"Que
nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus
pecados sejam como o escarlate”
(Diário
de Santa Faustina, 699).
“Ainda
que a alma esteja em decomposição como um cadáver e ainda que
humanamente já não haja possibilidade de restauração, e tudo já
esteja perdido, Deus não vê as coisas dessa maneira. O milagre da
misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida
plena”(Diário, 1448).
“Hoje
estou enviando-te a toda a humanidade com a Minha misericórdia. Não
quero castigar a sofrida humanidade, mas desejo curá-la
estreitando-a ao Meu misericordioso Coração
(...) Antes do dia da justiça estou enviando o dia da misericórdia”
(Diário, 1588).
Sim,
Deus é amor, é misericórdia. Mas se pensarmos na perversidade
humana, em pessoas como Hitler, Stalin, Mao Zedong, entre outros,
chegamos a conclusão de que o inferno não é só um possibilidade,
é uma realidade. Deus não seria justo se permitisse que essas
pessoas estivessem no Céu juntamente com os milhares de pessoas que
exterminaram! Por isso afirmo, Deus é amor,
mas também é justiça!
“Não
podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de
amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra
Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos: "Aquele que
não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é
homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo
nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos
separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves
dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos morrer em pecado
mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor
misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para
sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de
auto-exclusão
definitiva
da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a
palavra "inferno".
Jesus
fala muitas vezes da "Geena", do "fogo que não se
apaga", reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e
converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o
corpo. Jesus anuncia em termos graves que "enviar seus anjos, e
eles erradicarão de seu Reino todos os escândalos e os que praticam
a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente" (Mt
13,41-42), e que pronunciar a condenação: "Afastai-vos de mim
malditos, para o fogo eterno!" (Mt 25,41).
Doutrina
da Igreja sobre o inferno
As
afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca
do Inferno são um chamado à responsabilidade
com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de
seu destino eterno. Constituem também um apelo insistente à
conversão: "Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso
é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram
por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz
à vida. E poucos são os que o encontram" (Mt 7,13-14): Como
desconhecemos o dia e a hora, conforme a advertência do Senhor,
vigiemos constantemente para que, terminado o único curso de nossa
vida terrestre, possamos entrar com ele para as bodas e mereçamos
ser contados entre os benditos, e não sejamos, como servos maus e
preguiçosos, obrigados a ir para o fogo eterno, para as trevas
exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.
Inferno
e aversão livre e voluntária de Deus
Deus
não predestina ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma
aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até
o fim.
O
ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno.
As
almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente
após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, "o
fogo eterno". A pena principal do Inferno consiste na separação
eterna de Deus, o Único em quem o homem pode ter a vida e a
felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.
Seguindo
o exemplo de Cristo, a Igreja adverte os fiéis acerca da triste e
lamentável realidade da morte eterna, denominada também de
inferno.”
(Catecismo
da Igreja Católica 1033-1037, e 1056)
O
inferno existe, mas Deus não criou esse lugar. O Inferno é uma
invenção do diabo. Então quem é esse? O inimigo de Deus. Sim o
demónio existe!
“A
Igreja ensina que ele tinha sido anteriormente um anjo bom, criado
por Deus. Com efeito, o Diabo e outros demónios foram por Deus
criados bons em (sua) natureza, mas se tornaram maus por sua própria
iniciativa.
A
Escritura fala de um pecado desses anjos. Esta "queda"
consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram
radical e irrevogavelmente a Deus e seu Reino. Temos um reflexo desta
rebelião nas palavras do Tentador ditas a nossos primeiros pais: "E
vós sereis como deuses" (Gn 3,5). O Diabo é "pecador
desde o princípio" (1Jo 3,8), "pai da mentira" (Jo
8,44).
Satanás
ou o Diabo, bem como os demais demónios, são anjos decaídos por
terem se recusado livremente a servir a Deus a seu desígnio. Sua
opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à
sua revolta contra Deus.” (CIC 391, 392 e 414)
“A
presença do demónio está na primeira página da Bíblia e a Bíblia
acaba também com a presença do demónio, com a vitória de Deus
sobre o demónio... E isto não são mentiras, é a Palavra do
Senhor! (...) Ele veio lutar pela nossa salvação. Ele venceu o
demónio! Por favor, não façamos negócios com o demónio! Ele
tenta voltar para casa e tomar de posse de nós... Não relativizar,
vigiar! E sempre com Jesus!"
Não
fiquemos perturbados com essas realidades, devemos lutar contra o
mal:
“Revesti-vos
da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do
demônio.
Pois
não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas
contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos
ares.
Tomai,
por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias
maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever.”
(Efésios
6, 11-13)
Também
devemos nos arrepender de nossos pecados, confessá-los e nos
entregarmos a misericórdia do Senhor Jesus, por essa razão o Papa
Francisco convocou o Ano da Misericórdia.
Vejamos
o que Santa Faustina, a principal apostola da Misericórdia, nos diz
sobre o assunto:
No
Cerne da questão esta a pergunta: “Quem é Jesus Cristo?”
Ele
mesmo perguntou aos apóstolos:
“Quem
dizem os homens que eu sou?
Responderam-lhe
os discípulos: João Batista; outros, Elias; outros, um dos
profetas.
Então
perguntou-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que eu sou? Respondeu
Pedro: Tu és o Cristo.” (Marcos 8, 27-29)
Há
pessoas que consideram que Jesus Cristo foi um profeta, como em seu
tempo também o consideravam. Porém, para nós católicos, Jesus é
o Cristo, é a resposta que Pedro dá: “Tu
és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. (Mateus, 16-16.)
O Cristo, o Messias, e o próprio nome de Jesus, quer dizer DEUS
SALVA.
Então
vamos analisar, Deus nos Salva, nos salva de quê?
“Como
pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores,
assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos"
(Rm 5,19). Por sua obediência até a morte, Jesus realizou a
substituição do Servo Sofredor que "oferece sua vida em
sacrifício expiatório", "quando carregava o pecado das
multidões", "que ele justifica levando sobre si o pecado
de muitos". Jesus prestou reparação por nossas faltas e
satisfez o Pai por nossos pecados.” (Catecismo da Igreja
Católica – 615)
Por
sua paixão, Cristo livrou-nos de Satanás e do pecado. Ele nos
mereceu a vida nova no Espírito Santo. Sua graça restaura o que o
pecado deteriorou em nós. (CIC - 1708)
Portanto,
Cristo justifica os homens, Ele nos livrou de nossos pecados. Isto é
exactamente o contrário da crença na reencarnação.
Quem
acredita na reencarnação, acredita que o próprio homem, com suas
próprias forças deve se purificar, sucessivamente, por muitas
vidas, até chegar a um estado de santidade. Isto
é NEGAR
A CRUZ DE CRISTO, É NEGAR O SACRIFÍCIO DE JESUS.
Está
escrito na Bíblia, a Palavra de Deus, que o homem só vive uma vez e
que depois é o Julgamento. (Heb 9,27)
"A
morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de
graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida
terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último.
Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida terrestre"
(LG 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os
homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe
"reencarnação" depois da morte." (CIC - 1013)
Dessa forma, os cristãos passaram a ser perseguidos das mais variadas formas. Eram torturados publicamente, lançados ao furor de animais violentos, empalados, crucificados e, até mesmo, queimados vivos. Para redimir e orar pelos seus mártires, os cristãos passaram a enterrá-lo nas chamadas catacumbas. Estas funcionavam como túmulos subterrâneos onde os cristãos poderiam fugir dos soldados romanos, entoarem cantos e pintar imagens que manifestavam sua fé. As primeiras catacumbas encontradas são datadas do século II d.C
A pintura elaborada no interior das catacumbas era rodeada de uma simbologia que indicava a forte discrição do culto cristão naquele momento. O que mostra que desde o cristianismo primitivo as imagens eram utilizadas pra expressão de fé e devoção. As imagens mais freqüentes eram o crucifixo, que lembrava o sacrifício de Jesus. A âncora que significava o ideal de salvação. O peixe era bastante comum, pois peixe em grego é ICTUS que é eram as mesmas iniciais de: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” e diversas passagens bíblicas.
As catacumbas e os pais da Igreja
Entre o final do quarto e do início do século quinto, os Padres da Igreja descreveu as catacumbas. São Jerônimo foi o primeiro a contar como ele quando ainda era estudante ia aos domingos visitar os túmulos dos apóstolos e dos mártires, juntamente com seus companheiros de estudo: “Gostaríamos de entrar as galerias escavadas das entranhas da terra... luzes raras vindas de cima da terra atenuam a escuridão um pouco... Nós avançamos lentamente, um passo de cada vez, completamente envoltos em trevas”. O poeta ibérico, Prudêncio, também lembra que, nos primeiros anos do século quinto, que muitos peregrinos para Roma e até mesmo de regiões vizinhas para venerar o túmulo do mártir Hipólito que foi enterrado nas catacumbas da Via Tiburtina.
Abaixo fizemos uma seleção de imagens das catacumbas que nos ajudam entender como desde os apóstolos as imagens eram utilizadas:
Fotos da Catacumba de Priscila em Roma.
Imagem que retrata a história dos 3 jovens na fornalha cantada pelo livro de Daniel, nas paredes da Catacumba de Priscila em Roma
Retratação de Jonas sendo vomitado pela baleia – Catacumba de São Marcelino e Pedro em Roma.
Noé na Arca - Catacumba de São Marcelino e Pedro em Roma.
Inscrições funerárias com símbolos – Catacumba de São Sebastião em Roma
Maria e o Profeta – Catacumba de Priscila em Roma (Século III)
Essa é a imagem mais antiga preservada de Maria, que é retratada em uma pintura no cemitério de Priscila na Via Salaria. O afresco, é datado da primeira metade do século III, mostra a Virgem com o Menino de joelhos na frente de um profeta (talvez Balaão ou Isaías), que aponta para uma estrela para se referir a previsão messiânica. Nas catacumbas outros episódios com Nossa Senhora também são representados, como a Adoração dos Magos e cenas do presépio de Natal, acredita-se que antes do Concílio de Éfeso, todas essas representações tiveram um significado cristológico.
O bom pastor -Catacumba de Priscila em Roma (Século III)
Inscrições devocionais – Catacumba de São Sebastião em Roma
Peixe Eucarístico (Representação de Jesus) – Crípita de São Gaio e Eusébio
GALERIA DA CATACUMBA DE SÃO CALISTO
Lóculos (nichos de inumação) - Catacumba de São Calisto.
Chi-Rho e o símbolo do peixe - Catacumba de São Calisto
Cristo como bom pastor - Catacumba de São Calisto
Cristo como bom pastor – Catacumba de Domitila.
Afresco do Pão e Peixe Eucarísticos - Catacumba de São Calisto
Afresco com Cristo de barba - Catacumba de Comodila.
Epitáfio na Catacumba de São Sebastião
Pyxis Retratando mulheres no sepulcro de Cristo (Século IV)
Narrativa cenas como essa, feita visível as palavras dos Evangelhos.De um lado da Pyxis, em uma cena baseada no Evangelho de Lucas (24, 1-10), três mulheres, a Virgem Maria, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, ficarem com as mãos levantadas no orant (oração) pose. Do outro lado da caixa, duas das Maria’s balançar turíbulos medida que se aproximam um espaço abobadado onde as cortinas amarradas para trás revelam um altar iluminado por uma lâmpada suspensa.A iconografia da área do altar é familiar a partir do quinto século Pola Marfim (Museo Archeologico, Veneza), uma representação da área do antigo santuário de São Pedro em Roma.
Sobre o altar é o livro do Evangelho.No início da igreja, o altar passou a ser entendido como o símbolo da tumba de Cristo, essa fusão é parcialmente baseado no fato de que os elementos da Eucaristia foram colocadas no altar durante a liturgia, e especialmente preservadas porções depositada no altar para uso em emergências.recipientes do Marfim, como neste exemplo finamente esculpida trabalhou a partir de uma seção transversal de presa de um elefante, pode ter sido usado para transportar o pão da Eucaristia com os demais doentes ou idosos para participar do serviço.
Jesus, Pedro e Paulo (Século IV)
Catacumba dos Santos Marcelino e Pedro na Via Labicana . Cristo entre Pedro e Paulo. Para os lados são os mártires Gorgonius, Pedro Marcelino , Tiburtius. Este cemitério está no terceiro marco na Via Labicana, perto de uma vila imperial pertencente a Constantino.