Credo in Unam, Sanctam, Cathólicam et Apostólicam Ecclésiam

"Na presença dos Anjos ei de cantar-Vos e adorar-Vos no vosso santuário."
(Salmo 137, 1)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Por que Deus permitiria o fim do mundo??



"Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai." (Mc 13,32)

Para entender essa questão precisamos compreender porque Deus permite que haja o mal no mundo. Por que Deus permite que coisas más nos aconteçam?

Deus somente permite que haja mal porque Ele não criou um fantoche... o que eu quero dizer com isso? Deus criou o homem livre, com o seu livre arbítrio, livre para decidir o que fazer de sua vida, o problema começou porque o homem escolheu o mal, o homem pecou e com o pecado entrou no mundo todas as misérias, dores, crueldades, enfim, todo o mal e a morte.

No começo não era assim o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, se Deus é amor, é comunhão, o homem também é, e também o homem tem dentro de si uma centelha divina, diferente dos outros animais.

Deus respeita o livre arbítrio do homem, se o homem escolhe fazer o mal, então o resultado é o que vemos no mundo inteiro actualmente, maldade, crueldade, devassidão, falsidade, desrespeito pela vida, etc, etc e etc. E o mundo está assim justamente porque os homens andam muito afastados de Deus... quanto mais se afastam de Deus mais fazem o mal.

Deus é amor, sim, Deus é infinitamente amor! Porém também é Justiça, a questão do fim do mundo tem a ver com a justiça divina, o homem pratica o mal mas também terá que responder pelos seus actos e sofrer as consequências.

O dia da Ira Divina chegará, será o fim do céu e da terra como conhecemos. O dia do Julgamento Divino em que prestaremos contas de todos os nossos actos e até dos nossos pensamentos! Jesus virá glorioso, nos julgará conforme nossa obras e conforme nossa decisão de acolher sua graça ou não. O joio será separado do trigo, no caso, os bons serão separados dos maus, os maus serão condenados ao inferno (ou melhor se condenarão, porque Deus não condena ninguém a própria pessoa é que se afasta de Deus, porque cometeu pecado mortal) e os homens bons remidos por Jesus, tornados nele "santos e imaculados na presença de Deus no Amor", serão reunidos como o único Povo de Deus, "a Esposa do Cordeiro", "a Cidade Santa descida do Céu, de junto de Deus, com a Glória de Deus nela", e "a muralha da cidade tem doze alicerces, sobre os quais estão os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro" (Ap 21,14). Todo o livro do apocalipse é revelação de como será o fim do mundo. O dia do julgamento também é "o dia do amor gratuito, o dia da misericórdia infinita a nós concedida por nosso Irmão, Amado e Esperado; dia de plena e total justiça feita a nós por Ele que nos conhece bem por nos ter amado, por ter morrido por nós. Deus não pode destruir a justiça, pois criaria outra injustiça; julgar-nos-á, porém, o Amor e julgar-nos-á sobre o amor. O melhor modo para esperar Cristo juiz é chamá-lo e desejá-lo, como faziam os primeiros cristãos: "Vem, Senhor Jesus” (Maranatizá)" [Missal Cotidiano, Paulinas].

Catecismo:
§1042 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegar à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado:

Então a Igreja será "consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas, e com o género humano também o mundo todo, que está intimamente ligado ao homem e por meio dele atinge sua finalidade, encontrará sua restauração definitiva em Cristo"

§1048 "Ignoramos o tempo da consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de transformação do universo. Passa certamente a figura deste mundo deformada pelo pecado, mas aprendemos que Deus prepara uma nova morada e nova terra. Nela reinará a justiça, e sua felicidade irá satisfazer á e superar todos os desejos de paz que sobem aos corações dos homens."

§1059 "A Igreja crê e confessa firmemente que no dia do juízo todos os homens comparecerão com seu próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios actos. "

Esta oração fala sobre o dia do Julgamento:

Dies iræ

1
Dies iræ! dies illa
Solvet sæclum in favilla
Teste David cum Sibylla!

Dia de ira, aquele dia
Que tudo em cinzas fará,
Diz David e a Sibila.

2
Quantus tremor est futurus,
quando judex est venturus,
cuncta stricte discussurus!

Que temor há de então ser
Quando o Juiz vier
A julgar-nos com rigor!

3
Tuba mirum spargens sonum
per sepulchra regionum,
coget omnes ante thronum.

O som forte da trombeta
Entre os jazigos dos mortos
Junto ao trono os levará.

4
Mors stupebit et natura,
cum resurget creatura,
judicanti responsura.

Todo o mundo há de pasmar
Quando a criatura se erguer
Para responder ao Juiz

5
Liber scriptus proferetur,
in quo totum continetur,
unde mundus judicetur.

Um livro será trazido
No qual tudo está contido
Por onde há de ser julgado o mundo

6
Judex ergo cum sedebit,
quidquid latet apparebit:
nil inultum remanebit.

Quando o Juiz se sentar
Todo o oculto há de aparecer
Nada impune ficará

7
Quid sum miser tunc dicturus?
Quem patronum rogaturus,
cum vix justus sit securus?

Que hei de eu então dizer?
A quem hei de recorrer
Se o justo não está seguro?

8
Rex tremendæ majestatis,
qui salvandos salvas gratis,
salva me, fons pietatis.

Rei tremendo em majestade
Que por favor nos salvais,
Salvai-me por piedade!

9
Recordare, Jesu pie,
quod sum causa tuæ viæ:
ne me perdas illa die.

Recordai-Vos, bom Jesus,
Que por mim do Céu descestes:
Não me percais nesse dia.

10
Quærens me, sedisti lassus:
redemisti Crucem passus:
tantus labor non sit cassus.

Por me buscar, Vos cansastes,
Em me remir padecestes:
Não seja em vão tanta dor!

11
Juste judex ultionis,
donum fac remissionis
ante diem rationis.

Juiz, justo e de vingança,
Dai-me o dom de Vossa graça
Antes que vá a juízo.

12
Ingemisco, tamquam reus:
culpa rubet vultus meus:
supplicanti parce, Deus.

Gemo e choro, como réu,
Sinto pejo do pecado;
Suplico, perdoai-me.

13
Qui Mariam absolvisti,
et latronem exaudisti,
mihi quoque spem dedisti.

Vós, que absolvestes Maria
E ao ladrão não desprezastes,
Também me destes esperança.

14
Preces meæ non sunt dignæ:
sed tu bonus fac benigne,
ne perenni cremer igne.

Minhas preces não são dignas,
Mas vós que, sois bom, por clemência
Não me abandoneis ao fogo.

15
Inter oves locum præsta,
et ab hædis me sequestra,
statuens in parte dextra.

Colocai-me entre as ovelhas,
Separai-me então dos bodes,
Dai-me lugar à direita.

16
Confutatis maledictis,
flammis acribus addictis:
voca me cum benedictis.

Confundidos os malditos,
Entregues ao fogo eterno,
Chamai-me com os escolhidos.

17
Oro supplex et acclinis,
cor contritum quasi cinis:
gere curam mei finis.

Peço humilde e suplicante,
De coração como a cinza,
Havei cuidado de mim.

18
Lacrimosa dies illa,
qua resurget ex favilla
judicandus homo reus.

Dia de lágrimas, esse dia
Em que do pó se erguerá
O homem, para ser julgado.

19
Huic ergo parce, Deus:
Pie Jesu Domine,
dona eis requiem. Amen.

Perdoai-lhe, Senhor Deus,
Vós que sois bom, ó Jesus,
Dai-lhes um repouso eterno.

Amém.

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Taiana de Maria