Credo in Unam, Sanctam, Cathólicam et Apostólicam Ecclésiam

"Na presença dos Anjos ei de cantar-Vos e adorar-Vos no vosso santuário."
(Salmo 137, 1)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Igreja é contra a Ciência?



“A ciência sem a religião é coxa, a religião sem a ciência é cega”
Albert Einstein


O Filme "Anjo e Demónios" (Angels and Demons, filme de Ron Howard baseado no livro de Dan Brown) tem influenciado milhões de pessoas acusando a Igreja de ser contra a Ciência (seria obscurantista, que teria perseguido os cientistas ao longo dos tempos). Não poderia haver acusação mais falsa! A Igreja patrocina e incentiva a ciência desde que respeitem os valores da vida humana e da ética.

A Igreja mantêm uma academia de ciências (A Academia Pontifícia de Ciências), fundada em 1603, teve Galileu Galilei como membro. Hoje, conta cerca de 80 "académicos pontifícios", homens e mulheres, nomeados pelo papa, provenientes do mundo todo e nem todos são católicos, há membros ateus, agnósticos e de outras religiões. O objectivo da academia é promover a ciência, favorecer a pesquisa e analisar questões científicas de interesse da Igreja. A Academia, em suas várias décadas de actividade, tem sido honrada por vários prémios Nobel como se pode comprovar pela lista a seguir:

Ernest Rutherford (Química, 1908)
Guglielmo Marconi (Física, 1909)
Alexis Carrel (Fisiologia, 1912)
Max von Laue (Física, 1914)
Max Planck (Física, 1918)
Niels Bohr (Física, 1922)
Werner Heisenberg (Física, 1932)
Paul Dirac (Física, 1933)
Erwin Schrödinger (Física, 1933)
Peter J.W. Debye (Química, 1936)
Otto Hahn (Química, 1944)
Sir Alexander Fleming (Fisiologia, 1945)
Chen Ning Yang (Física, 1957)
Tsung-Dao Lee (Física, 1957)
Joshua Lederberg (Fisiologia, 1958)
Rudolf Mössbauer (Física, 1961)
Max Perutz (Química, 1962)
John Carew Eccles (Fisiologia, 1963)
Charles H. Townes (Física, 1964)
Manfred Eigen (Química, 1967)
George Porter (Química, 1967)
Har Gobind Khorana (Fisiologia, 1968
Marshall W. Nirenberg (Fisiologia, 1968)
Christian B. Anfinsen (Química, 1972)
Christian de Duve (Fisiologia, 1974)
George Emil Palade (Fisiologia, 1974)
David Baltimore (Fisiologia, 1975)
Aage Bohr (Física, 1975)
Werner Arber (Fisiologia, 1978)
Abdus Salam (Física, 1979)
Paul Berg (Química, 1980)
Kai Siegbahn (Física, 1981)
Sune Bergstrom (Fisiologia, 1982)
Carlo Rubbia (Física, 1984)
Klaus von Klitzing (Física, 1985)
Rita Levi-Montalcini (Fisiologia, 1986)
John C. Polanyi (Química, 1986)
Yuan Tseh Lee (Química, 1986)
Jean-Marie Lehn (Química, 1987)
Joseph E. Murray (Fisiologia, 1990)
Gary Stanley Becker (Economia, 1992)
Paul Crutzen (Química, 1995)
Mario Molina (Química, 1995)
Claude Cohen-Tannoudji (Física, 1997)
William D.Phillips (Física, 1997)
Ahmed Zewail (Química, 1999)
Günter Blobel (Fisiologia, 1999)
Ryoji Noyori (Química, 2001)
Aaron J.Ciechanover (Química, 2004)
Theodor Hänsch (Física, 2005)

A Igreja mantém um Observatório Astronómico, ou Specola Vaticana em italiano, como é geralmente conhecido. Foi fundado em 1891 (o observatório mais antigo do mundo!) pelo papa Leão XIII através do Motu Proprio, Ut Mysticam. Segundo ele, a Specola Vaticana serviria para “que todos pudessem ver que a Igreja e seus Pastores não se opõe à verdadeira e sólida ciência, humana ou divina, mas abraçam-na, encorajam-na e promovem-na com a máxima dedicação possível”.

A Igreja fundou o Sistema Universitário. No contexto de análise da história medieval o historiador Lowrie Daly disse que: "A Igreja Católica era a única instituição na Europa que mostrou interesse consistente na preservação e no cultivo do conhecimento". A Igreja foi a única instituição da época que fez de tudo para dar a Luz ao sistema universitário. A Universidade foi uma criação singular da alta idade média, não se pode dizer ao certo quando ou como surgiram, mas se pode dizer que muitas delas surgiram das escolas catedráticas, que foram construídas e estimuladas por Carlos Magno e pelos bispos da época. O papado foi o responsável pela expansão da educação superior para além fronteiras e possibilitou que florescesse.

A instituição que mais contribuiu na história da humanidade com cientistas foi a Igreja Católica. Alguns exemplos:
- A ordem dos jesuítas foi considerada uma ordem de cientistas. O padre jesuíta Georges Lemaître criou a teoria do Big Bang, tão discutida e reconhecida no meio científico actual.
- Gregor Mendel, era monge agostiniano, foi o pioneiro das teorias genéticas, descobridor das leis básicas da genética.
- Nicolau Copérnico era cónego da Igreja, foi o criador da teoria heliocêntrica (sendo o Sol o centro do Sistema Solar).

O Papa Bento XVI disse aos estudantes católicos ingleses por ocasião de sua visita a Inglaterra em setembro de 2010:

"O mundo necessita de bons cientistas, mas uma perspectiva científica torna-se perigosa se ignora a dimensão religiosa e ética da vida, da mesma maneira que a religião se converte em limitada se rejeita a legítima contribuição da ciência em nossa compreensão do mundo”.

A Ciência não contradiz a Fé e a Fé não contradiz a Ciência. A Fé é racional! A Fé sem a razão é somente sentimentalismo. E a Ciência sem Fé é cientificismo. Nem o sentimentalismo nem o cientificismo explicam de maneira completa a realidade, portanto Fé e Ciência são complementares!

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