Credo in Unam, Sanctam, Cathólicam et Apostólicam Ecclésiam

"Na presença dos Anjos ei de cantar-Vos e adorar-Vos no vosso santuário."
(Salmo 137, 1)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Santo Sudário



É a relíquia mais estudada pela ciência na História da Humanidade e também a que levantou mais controvérsias. Cientistas dedicam muitas horas e até anos a estudar o Sudário de Turim. Continua sem explicação pela ciência como se deu a formação da imagem do Sudário.

Descrição


O Santo Sudário é um lençol de linho, de cor amarelada, que contém a imagem de um homem com traumatismos semelhantes ao de um crucificado. Tem 4,36 metros de comprimento e 1,10 metros de largura. O tecido tem se conservado a mais de 4 séculos.

Em 1532, houve um incêndio que danificou parte do tecido, há marcas de queimaduras e também marcas de água. As clarissas remendaram partes do tecido queimado com outro tecido de formato triangular.

O Sudário apresenta uma série de nódoas vermelhas (depois de analisadas confirmaram ser de sangue) que sugerem vários traumatismos:
- ferida num dos punhos, de forma circular; o segundo punho está escondido em segundo plano;
- ferida na zona lateral, aparentemente provocada por instrumento cortante;
- conjunto de pequenas feridas em torno da testa;
- nenhuma evidência de perna fracturada e
- série de feridas lineares nas costas e pernas.

Imagem em Negativo


Em 1898, o Sudário foi fotografado pela primeira vez por Secondo Pia, um fotógrafo amador. Constatou que o negativo da fotografia se assemelhava a uma imagem positiva do homem, o que significava que a imagem do Sudário era, em si, um negativo. O Pia afirmou: "fechado em minha câmara escura e absorto em meu trabalho, senti uma emoção fortíssima, quando, durante a revelação, vi aparecer pela primeira vez, na chapa, o Sagrado Rosto, com clareza tal, que fiquei aturdido". Esta descoberta provocou uma discussão científica que continua até hoje.

Devoção

Os cristãos crêem que o Sudário de Turim é o lençol que envolveu Jesus depois da morte no calvário e que a imagem foi formada no momento da Ressurreição, apesar da Igreja nunca ter se pronunciado definitivamente sobre a autenticidade da relíquia.

O conceito Imagem Milagrosa (uma imagem que não pode ter sido feita por mãos humanas) foi atribuído ao Sudário, assim como também foi atribuído à Imagem da Virgem de Guadalupe (México).

A 1958 o Papa Piu XII aprova a devoção “A Sagrada Face de Jesus” baseada na fotografia de Pia e também no Sudário de Oviedo (véu encontrado no túmulo vazio de Jesus, teria coberto o seu rosto).

Sobre o “Homem do Sudário” o Papa Paulo VI afirmou: “é o maravilhoso documento da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, escrito para nós com letras de sangue.”

O Papa Bento XVI descreveu o Santo Sudário como: “um extraordinário Ícone que corresponde em tudo ao que os evangelhos nos dizem sobre Jesus.”

Análises Científicas

O termo sindonologia (do grego sindon) é usado para designar o estudo do Santo Sudário de Turim.

A alguns cientistas foi dado o privilégio de analisar directamente a relíquia, ou pequenas amostras dela, já outros fizeram análises às imagens à distância.
Os estudos começaram em 1902 quando o professor francês de anatomia Yves Delage fez a primeira publicação sobre o tema, na qual declarava que a imagem deve ter sido formada com o contacto com um cadáver.

Em 1977 foi formado um grupo de cientistas americanos chamado STURP (Shroud of Turim Research Project) que teve acesso directo ao Sudário por 120 horas.

Análise do Material Químico

Em 1970 cientistas da Comissão de Turim realizaram testes microscópicos no sudário que revelaram que não há uma coloração heterogénea ou pigmento. Em 1979, Walter McCrone, depois de analisar uma amostra dada pelos cientistas do STURP chegou a conclusão que o Sudário é composto por inúmeras e microscópicas partículas de pigmento.

Teste do Carbono 14

Em 1988, a Santa Sé autorizou os primeiros testes de datação radiométrica do sudário, segundo o método do carbono-14. Foram colhidas três amostras que foram analisadas por três laboratórios diferentes: Universidade de Oxford (UK), Universidade do Arizona (EUA) e o ETH Zürich (Suíça). Todas as análises revelaram idades entre os séculos XIII e XIV, mais concretamente no intervalo 1260-1390.

Porém o teste não pode concluir que o sudário é um falso medieval, uma vez que as amostras para análise podem estar muito contaminadas por causa da exposição aos raios e luz do sol, vento, poeira, fumaça, velas, círios acesos, além de ter sido tocado por milhares de mãos em igrejas frias e húmidas, locais fechados, logo, ambientes carregados de dióxido de carbono.
Também há a hipótese das amostras analisadas serem exactamente dos fragmentos dos remendos feitos no tecido pelas Clarissas.

Análise do Material Histórico

Em 1999, Mark Guscin estudou a relação entre o Sudário de Turim e o Sudário de Oviedo (acredita-se ter sido o véu que cobriu o rosto de Jesus, tem vestígios de sangue tipo AB, o mesmo do Sudário de Turim) e concluiu que os dois tecidos cobriram o mesmo rosto em dois momentos distintos, porém num intervalo de tempo muito próximo.

A ideia de que o corpo de Jesus Cristo tenha sido envolto em um manto, de acordo com o costume judaico, não estava apoiada por qualquer evidência arqueológica. No entanto, no "túmulo do Sudário", foram encontrados indivíduos cobertos no interior da câmara, confirmando a prática. A análise de traços de material orgânico presentes em todas as amostras de tecido confirma que estes cobriam todo o corpo. Vestígios de cabelos também confirmam a prática de cobrir a cabeça do morto.

Em Dezembro de 2009, arqueólogos da Universidade Hebraica reportaram no periódico PloS ONE Journal ter encontrado fragmentos de um sudário numa tumba da primeira metade do século I, localizada no vale inferior do Hinnon, ao lado do túmulo de Anás, sogro de Caifás no cemitério de Haceldama, o "Campo de Sangue" que teria sido comprado com as 30 moedas recebidas por Judas. Sua localização sugere que pertencia a uma pessoa de família nobre ou sacerdotal. Segundo Orit Shamir, especialista em tecidos antigos, o material utilizado para envolver o corpo é de boa qualidade, condizente com uma pessoa de posses, embora muito menos elaborado que o tecido do Santo Sudário de Turim.

Análise Médica e Biológica

Sangue

O Dr. McCrone defendeu a hipótese das manchas avermelhadas serem simples pigmentos usados na idade média contendo óxido de ferro, porém o Dr. Gall Adler afirma que o material vermelho é sem dúvida nenhuma sangue e não pintura. E o sangue é típico no povo judeu, grupo AB. Dr. Alan Adler interpretou a presença de óxido de ferro como um resido natural da hemoglobina e também encontrou a presença de uma série de proteínas normais da composição de sangue.

Flores

Em 1997 Avinoam Danin, botânico da Universidade Hebraica de Jerusalém, identificou no sudário flores de Jerusalém que florescem entre Março e Abril. Nas análises de vestígios de pólen no Sudário foram encontrados 58 tipos diferentes de pólen, sendo na sua maioria flores de Jerusalém, 6 do Médio Oriente, um de Constantinopla e dois da Turquia.

Análise Anatómica

Segundo as análises fisionómicas, o “Homem do Sudário” é do tipo físico judeu.
O Dr. Pierre Barbet, em 1950, afirmou que a imagem do Sudário é autêntica, anatomicamente correcta e correspondente a um crucificado.

Em 1997, o médico especialista em Anatomia Patológica Robert Bucklin analisou os terríveis traumatismos sofridos pelo “Homem do Sudário” e afirmou que o homem tinha ferimentos que levam a concluiu que carregava um objecto muito pesado, que se tratava de um homem real e que foi crucificado.

Em 2001, o Dr. Pierluigi Baima Bollone afirmou que a imagem tem indícios de que o homem foi trespassado por um objecto pontiagudo antes de morrer.

Análise da Imagem

Foram feitas análises digitais e analógicas a imagem do Sudário.

Em 1976 foi descoberto através de análises computorizadas que a imagem do Sudário além de ser um negativo, também tinha propriedades tridimensionais. Essa característica 3-D não é uma propriedade fotográfica.

Em 1977 uma equipe com mais de quarenta cientistas, onde só quatro eram católicos. Subvencionados pela NASA, analisaram o Sudário de Turim. Afirmaram que não pode ser uma falsificação: não encontraram sinal algum de pigmento, corante ou tinta.

Não se trata de impregnação por unguentos. Só por "luz", como aconteceu com a explosão atómica em Hiroshima!... E "queimou" só a parte interna do tecido...

A impressão, tridimensional (caso único dentre todos os objectos analisados pela NASA até hoje) do Sudário, deu-se por radiação de um milionésimo de segundo. Mais um milionésimo de segundo de exposição a tão forte radiação térmico-luminosa e teria sido volatilizado todo o lençol! A impressão é uniforme e dependendo da distância, maior ou menor, do corpo. Não há contacto. Não há marcas de decomposição.

Além disso encontraram moedas da época nos olhos da imagem. Os judeus tinham o hábito de enterrar os seus mortos colocando uma moeda nos olhos. Pois o Pe. Francisco Filas S.J., descobriu marcas de moedas nos olhos do “Homem do Sudário”, tal como enterravam os judeus. O peso da moeda servia para manter a pálpebra fechada.


Analisadas as marcas encontradas, verificou-se ser de moedas cunhadas por Pôncio Pilatos, nos anos 30-32.

Ultimas Descobertas


As ultimas descobertas envolvem um pedaço de escrita no próprio lençol. A organização Ciert -Centre International D'Études Sur Le Linceul de Turin (Centro Internacional de Estudos do Lençol de Turim), conduziu estudos por meio de um programa de computador extremamente avançado, algumas letras emergiram gradualmente, em latim e em grego: em baixo do queixo, nós vimos escrito "Jesus" e no outro lado "Nazarenus". Qual seria a explicação para isso? O centurião Extractor Mortis, encarregado de garantir a execução dos condenados, desenhava faixas no tecido, onde ele escrevia o nome do falecido com um líquido vermelho. Nos locais em que essas faixas foram feitas, o tecido estava impermeável e não seria sujeito ao processo químico que posteriormente formou a impressão.

Em Abril de 2009, o jornal de Londres “The Times” publicou que a Drª. Barbara Frale, uma pesquisadora oficial do Vaticano, descobriu evidências de que o Sudário já era venerado desde o Cerco de Constantinopla em 1204 pelos Templários, ou Ordem do Templo. A veneração do Sudário parece ter sido parte dos rituais de iniciação.

Em Novembro de 2009, a doutora Frale publicou que conseguiu decifrar o “certificado de morte” de Jesus de Nazaré impresso no Sudário, complementando as descobertas do Ciert. O texto está escrito em Grego, Hebreu e Latin, confirmando o sistema multilingues de uma colónia Romana:

“No ano 16 do reinado do Imperador Tiberius Jesus o Nazareno, falecido a tarde depois de ser condenado a morte por jure Romano porque ele foi considerado culpado pelas autoridade Hebraicas, está aqui sepultado com a obrigação de ser entregue a sua família apenas depois de um ano inteiro.”

A doutora afirmou que a data do texto condiz com os Evangelhos e as letras, embora não fossem detectadas a olho nu, foram detectadas pela primeira vez nas pesquisas com o Sudário em 1978. As letras estão do avesso do lençol e somente podem ser detectadas por negativo fotográfico.

Aos professores que levantam a hipótese de o Sudário ser um falso medieval a doutora explica que os cristãos da idade média nunca se refeririam a Jesus como “o Nazareno” e sim como “Cristo” seria uma heresia, tratar o Filho de Deus como sendo somente um homem.
Em 2010 três professores publicaram numa revista científica que as amostras colectadas em 1988 e analisadas pelos laboratórios para fazer a datação do carbono 14 teriam uma considerável presença de contaminação.

Também em 2010 (de 10 Abril a 23 Maio) aconteceu a mais recente exposição ao público do Santo Sudário de Turim, durante o evento o Papa celebrou uma missa. A Igreja divulgou a presença de mais de 2,1 milhões de pessoas.

A comprovação da autenticidade do Santo Sudário seria uma prova científica da Ressurreição de Jesus!

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Taiana de Maria